Descortinar de Lembranças
Por: Èlvio Antunes de Arruda (Elanklever).
Retumba, ecoa no vale.
Um trovão.
Avisando – Ela vai chegar!
Olho ao longe
No horizonte sobre o lago.
Da nuvem a despencar
Chuva a formar cortinas
Matizes de cores verticais
Riscando, descendo e tecendo.
A Natureza começa seu fervor
Aos poucos chegando,
Ventoso ar
Terra, poeira, ciscos e folhas
Reboliçando no espaço
Árvores a sacolejar.
Terra, poeira, ciscos e folhas
Parecendo festa
Todos a dançarem
O vento cheiroso e úmido.
Chegando.
Fórmula sagrada o olfato a brindar
Com as mãos protegendo
Do terroso vento
Evitando poeira, ao olho entranhar.
Olho de relance, bichos buscam lugar.
Começa aqui em tostões, chuvilhar.
Um Chamado:
- Corra para dentro
A coisa vai engrossar!
Se não correr,
Vai se molhar.
O que queria vou deixar
Do céu é a vez
Benção para os viventes
Terra molhada a reverdejar
Em mim reverbera então
Gratidão! Deus aqui está
Nem preciso acreditar.
Forte chuva a desaguar,
Logo, terrosa enxurrada,
contornando obstáculos,
aguas ficando, outras
quedando a vala buscar,
Em pouco tempo,
No Inverso horizonte
A cortina, continua a balançar
Começa a clarear!
O sol, o céu azul a brilhar.
A terra molhada!
Na faina do dia,
Aqui, chega de espetáculo!
Volta-se ao trabalho:
O homem a labutar
Tudo agora, normal.
Pássaros, no céu sua rota fazer.
Nas árvores a gorjear.
Nas árvores a gorjear.
Lembrança de minha infância a beira do Lago Jurumirim em Avaré-SP - Elvio
Vale do Paranapanema
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